O Brasil receberá em setembro duas missões de peso do setor agroalimentar internacional: uma do México e outra da China. As visitas têm objetivos distintos, mas igualmente estratégicos: enquanto os mexicanos buscam expandir a habilitação de frigoríficos para exportação de carne bovina, os chineses vêm ao país avaliar a retomada das compras de frango brasileiro.
A primeira comitiva a desembarcar será a mexicana, nesta segunda-feira (15). Até o dia 26 de setembro, inspetores do Serviço Nacional de Saúde, Inocuidade e Qualidade Agroalimentar (Senasica) visitarão 35 plantas frigoríficas já habilitadas e avaliarão outras 14 unidades para possível inclusão na lista de exportadores. Cada auditoria terá duração aproximada de oito horas, seguida de reunião para comunicar os resultados. No mês passado, o México superou outros destinos e se tornou o principal comprador da carne bovina brasileira, após a imposição de tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre o produto nacional.
Já a missão chinesa chegará ao Brasil em 22 de setembro para discutir a reabertura do mercado à carne de frango, suspenso após a confirmação de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul. Apesar de a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) já ter reconhecido a retomada do status sanitário do Brasil, o embargo chinês ainda não foi retirado. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Pequim já sinalizou que deve liberar as importações em breve.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, classificou a visita como decisiva, enquanto o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, destacou a importância da etapa: “Está vindo uma missão chinesa para o Brasil que irá até o Rio Grande do Sul. É um passo fundamental para a reabertura do mercado”.
Enquanto os chineses permanecem fora das compras de carne de frango, o México assumiu a liderança nas aquisições. Em agosto, o país importou 37,5 mil toneladas, crescimento de 873,3% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
As duas missões reforçam a posição do Brasil como fornecedor estratégico no mercado global de proteínas e evidenciam como a geopolítica do comércio influencia diretamente a balança comercial do agronegócio brasileiro.
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