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Brasil e China avançam em cooperação ferroviária para ampliar rotas de exportação

O governo brasileiro deu mais um passo concreto para estreitar a cooperação com a China na área de infraestrutura, ao colocar a agenda ferroviária no centro das discussões bilaterais. O objetivo é ambicioso: transformar o Brasil em um corredor logístico mais eficiente e integrado, capaz de reduzir custos de exportação e conectar o interior do país aos principais portos com maior agilidade — beneficiando, sobretudo, o agronegócio e a mineração.

O avanço nas conversas ocorre em um momento de reconfiguração das cadeias globais de suprimentos, em que a China busca parceiros confiáveis e de longo prazo para assegurar o abastecimento de matérias-primas, ao mesmo tempo em que o Brasil tenta diversificar e modernizar seus canais de escoamento.

Durante reuniões recentes entre autoridades dos dois países, foram discutidos projetos que envolvem desde a participação de empresas chinesas na construção e modernização de trechos ferroviários até a integração dessas rotas com corredores bioceânicos — uma proposta que interliga Brasil, Bolívia, Peru e Chile, criando um acesso direto ao Oceano Pacífico e facilitando o comércio com a Ásia.

Entre os trechos prioritários está o da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), além de novas conexões com a Ferrovia Norte-Sul, considerada o eixo estruturante do sistema ferroviário brasileiro. A China, que tem vasta experiência em ferrovias de alta capacidade e longos percursos — como mostra sua malha ferroviária doméstica e os investimentos em países da África e Ásia — é vista como parceira ideal para acelerar esses projetos.

A cooperação inclui não apenas investimentos financeiros, mas também transferência de tecnologia, capacitação técnica e soluções integradas em logística inteligente. Para o Brasil, o fortalecimento dessa parceria é estratégico para consolidar sua posição como fornecedor global de alimentos, energia e minerais.

De acordo com o Ministério dos Transportes e a ApexBrasil, a agenda ferroviária com a China também se alinha aos compromissos ambientais assumidos pelo Brasil, já que o modal ferroviário tem menor emissão de gases de efeito estufa em comparação ao transporte rodoviário.

No plano diplomático, a iniciativa reforça a visão de que Brasil e China não são apenas parceiros comerciais, mas também co-protagonistas em um novo modelo de desenvolvimento sustentável, baseado em infraestrutura moderna, conectividade e cooperação Sul-Sul.

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