Refinarias independentes da China estão aumentando a presença do petróleo brasileiro em suas operações, em um movimento estratégico para reativar unidades recentemente adquiridas na província de Shandong, no leste do país. As empresas Qicheng Petrochemical e Qirun Petrochemical, conhecidas no setor como teapots, compraram lotes de petróleo do Brasil e da África Ocidental para abastecer instalações que estavam paralisadas.
As refinarias assumiram duas plantas que pertenciam ao grupo estatal Sinochem e estavam fora de operação desde 2023. Após a aquisição, as unidades — Zhenghe Group e Huaxing Petrochemical — receberam autorização de Pequim para importar cerca de 26 milhões de barris de petróleo bruto até o fim de 2025.
Segundo fontes comerciais, a Qicheng fechou a compra de 2 milhões de barris de petróleo brasileiro da camada do pré-sal Tupi, com entrega prevista para novembro. A negociação envolveu um prêmio de US$ 5 sobre o contrato de referência Brent (ICE, janeiro), e as cargas foram fornecidas pela Unipec, braço da Sinopec, via Zhenhua Oil e CNOOC.
Já a Qirun adquiriu 2 milhões de barris de petróleo angolano Mostarda e gabonês Mandji para abastecer a unidade da Huaxing. Nesse caso, a operação foi conduzida pela Totsa, braço de trading da TotalEnergies, também em parceria com a CNOOC.
O governo provincial de Shandong vem pressionando as empresas a retomarem as operações ainda em setembro, numa tentativa de estimular a atividade industrial da região. No entanto, analistas destacam que o retorno não é imediato, já que o setor enfrenta margens de refino reduzidas e uma demanda enfraquecida por combustíveis dentro da própria China.
O aumento das compras do petróleo brasileiro reflete a crescente diversificação do portfólio energético da China, que já consolidou o Brasil como um dos seus principais fornecedores. Especialistas avaliam que, além de garantir maior segurança energética, o movimento também reforça o peso estratégico do pré-sal brasileiro no cenário global.
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