O México está implementando medidas rigorosas para reduzir sua dependência das importações chinesas, buscando apoio dos Estados Unidos para promover a produção local. A nova presidente, Claudia Sheinbaum, que assumiu o cargo recentemente, enfatizou a necessidade de reconfigurar a economia mexicana para fortalecer a cadeia de suprimentos nacional. Em uma declaração, Sheinbaum afirmou: “O México não pode continuar a depender de produtos que vêm de longe, especialmente da China. Precisamos construir uma economia mais resiliente e independente”.
O secretário de Comércio Internacional, Luis Rosendo Gutiérrez, detalhou que o governo está incentivando as montadoras e as indústrias de tecnologia a substituírem produtos e componentes chineses por aqueles fabricados internamente. “Queremos focar no fortalecimento da nossa cadeia doméstica de suprimentos”, disse Gutiérrez, ressaltando que as conversas com empresas estrangeiras, embora informais, são um passo crucial para essa transição.
Essa iniciativa surge em um contexto de crescente protecionismo nos EUA, onde o governo Biden impôs tarifas sobre produtos chineses, e as empresas mexicanas estão preocupadas que a China esteja usando o México como um “trampolim” para contornar essas tarifas. No entanto, Gutiérrez rejeitou essas alegações, afirmando: “O México não é um trampolim da Ásia para os EUA. Estamos aqui para criar uma base sólida para a produção local”.
A crescente preocupação com a dependência de produtos chineses é acompanhada por um aumento nas importações do México. Os dados mostram que as importações chinesas representam 20% do total de importações mexicanas, com cerca de 70% dessas importações vindo de empresas estrangeiras que operam no país. Em contrapartida, a presidente Sheinbaum se prepara para a revisão do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) em 2026, o que pode trazer novas dinâmicas comerciais à mesa, especialmente em relação à China.
Enquanto isso, a possibilidade de que a indústria automobilística chinesa migre suas operações para o Brasil está se tornando mais plausível. Com o Brasil se destacando como um dos principais mercados automotivos da América Latina e possuindo relações comerciais amigáveis com a China, poderia ser um novo lar para essas atividades. “O Brasil pode se tornar um ponto estratégico para as empresas chinesas que buscam diversificar sua produção fora da China”, afirmou um analista de mercado.
O dilema que o México enfrenta em atrair novos investimentos enquanto tenta reduzir a dependência de produtos chineses pode criar uma oportunidade única para o Brasil. A falta de infraestrutura adequada no México para substituir as importações de alta qualidade da China é um desafio. Como disse Jorge González Henrichsen, co-CEO da Nearshore Company, “A execução das metas de substituição de importações será um grande ponto de interrogação, dadas as vastas necessidades de recursos e tempo”.
Com o cenário em constante evolução, surge a pergunta: o México conseguirá conter a influência chinesa em sua economia, ou as atividades automobilísticas da China migrarão para o Brasil, onde novas oportunidades podem surgir? Essa é uma questão que pode moldar o futuro das relações comerciais na América Latina, enquanto a dinâmica entre o México, Brasil e China continua a se desenvolver.
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