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Exportação de soja do Brasil para China deve ser recorde no 1º trimestre

Os brasileiros estão próximos de exportar volumes recordes de soja no primeiro trimestre, impulsionados pela demanda firme do maior importador do mundo, a China, que atualmente está envolvida em uma guerra comercial com os EUA, disseram três analistas, citando dados de embarque.

Os volumes atuais de soja que estão sendo embarcados ainda não refletem efetivamente os impactos da nova guerra comercial, disseram os analistas. Eles frisaram que uma escalada na disputa direcionaria mais demanda chinesa para o Brasil ao longo do tempo, especialmente no segundo semestre, como foi o caso em 2018.

As tradings brasileiras carregaram 22,8 milhões de toneladas de soja em navios no acumulado do ano até 25 de março, sendo que 17,7 milhões de toneladas foram para a China, disse Eduardo Vanin, analista da Agrinvest. Ele observou que ambos os números “são recordes”, apesar de alguns gargalos logísticos e de um início lento da colheita no Brasil.

Os embarques de soja do Brasil para a China no primeiro trimestre refletem ainda compras antecipadas de cerca de 33 milhões de toneladas feitas até dezembro de 2024, quando a nova safra ainda não estava colhida, e os mercados chineses de esmagamento estavam saudáveis, disse Vanin. Isso representa 7 milhões de toneladas a mais do que na temporada anterior, na mesma época, segundo ele.

Os agricultores brasileiros normalmente semeiam soja a partir de setembro e colhem a safra a partir das primeiras semanas do novo ano, dependendo da região. Os portos começam a ficar movimentados a partir de fevereiro.

André Pessôa, presidente da Agroconsult, disse que a guerra comercial não tem tanta influência sobre os embarques agora, enquanto o movimento de compra antecipada da China no ano passado sugere que os importadores chineses estavam “se preparando para uma possível vitória de Trump”.

O Brasil colherá mais de 170 milhões de toneladas de soja este ano, segundo a Agroconsult, o maior volume de todos os tempos.

“Acho que por enquanto o impacto (da guerra comercial) é muito pequeno ainda. Mas se continuar essa guerra de fato, podemos ver uma demanda adicional, além do que já esperávamos”, disse Luiz Fernando Roque, coordenador de Inteligência de Mercado na Hedgepoint Global Markets.

Ele acrescentou que a demanda chinesa pela soja brasileira vem aumentando há anos. “Não é novidade que a China cada vez mais centraliza suas compras aqui. Se olharmos para trás, de 22/23 para 23/24, nas duas temporadas anteriores, a gente já teve um aumento de compras da China aqui no Brasil, e uma diminuição de compras da China lá nos Estados Unidos, e não tinha exatamente uma guerra comercial, né?”.

Esse movimento, lembrou ele, intensificou-se em 2018, com as medidas do governo Trump 1.

Mesmo assim, Roque espera que os embarques de soja do Brasil para a China batam o recorde do ano passado no primeiro trimestre, totalizando até 18 milhões de toneladas no período, cerca de 2 milhões de toneladas a mais do que no ano anterior. Ele acrescentou que os efeitos da guerra comercial tendem a ser mais intensos no segundo semestre do ano, quando tradicionamente os EUA geralmente vendem mais soja para a China.

Em janeiro e fevereiro, a China recebeu 79% das exportações brasileiras de soja, em comparação com 75% no mesmo período do ano passado, informou Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

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