Nesta segunda-feira (05), a conferência anual do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) celebrou os 50 anos das relações comerciais entre Brasil e China. O evento, que teve foco no “rumo ao futuro sustentável”, contou com a presença de autoridades e empresas ligadas ao mercado logístico e de produção de energia em ambos os países.
Muito foi falado a respeito do futuro e principalmente dos próximos 50 anos das relações bilaterais, sobretudo no campo energético, onde o destaque foi a expectativa da parceria na produção de hidrogênio verde (H2V). O hidrogênio, como energia renovável, tem sido cotado como um elemento importante para a descarbonização (quando combustíveis fósseis, que emitem gás carbônico, são substituídos por energia renovável) do planeta.
Segundo pesquisa feita pela BloombergNEF, o Brasil tem a expectativa de redução de 50% no valor do hidrogênio verde até 2050, o que o tornaria o mais barato do mercado mundial. “Na semana passada, tivemos um anúncio muito importante, que foi o marco legal do hidrogênio de baixo carbono, sancionado pelo presidente Lula. É um sinal muito importante para esse mercado poder se desenvolver e o hidrogênio ter um papel relevante na descarbonização”, disse Eduardo Canes, diretor das relações institucionais da Prumo Logística, em entrevista para a Agência Brasil-China, durante a conferência da CEBC.
Eduardo destacou também a importância dos portos brasileiros, como o Porto do Açu, que desempenham um papel fundamental nas agendas de comércio e descarbonização. “Portos, como o Porto do Açu, têm um papel fundamental em todas essas agendas de comércio que mencionamos. Eles são cruciais para a exportação de minério de ferro e petróleo e são importantes centros de investimento estrangeiro direto chinês, especialmente no gás natural e em outras atividades”, afirmou Eduardo.
Ele também enfatizou os desafios regulatórios e a necessidade de avanços nos marcos legais, especialmente em setores estratégicos como a geração eólica offshore. “É importante que o Brasil continue avançando nos marcos regulatórios. Na parte logística, é essencial que continuemos as agendas de investimento e concessões, garantindo maior conectividade entre os modais e reduzindo os custos logísticos no Brasil”, concluiu Eduardo.
A celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China reforça o compromisso de ambos os países em expandir suas parcerias e cooperação, com foco em inovação e sustentabilidade para as próximas décadas.
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