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China ordena suspensão de recebimento de aviões da Boeing em meio à escalada da guerra comercial

A China determinou que suas companhias aéreas interrompam o recebimento de novas aeronaves da fabricante norte-americana Boeing, como mais um desdobramento da crescente guerra comercial entre Pequim e Washington. A informação foi divulgada pela agência Bloomberg, que ouviu fontes com conhecimento direto do assunto.

Segundo a reportagem, além de suspender as entregas de novos aviões, o governo chinês orientou que as empresas do setor aéreo também paralisem qualquer aquisição de equipamentos e peças relacionadas a aeronaves produzidas por empresas dos Estados Unidos. A decisão é uma retaliação direta ao novo pacote de tarifas adotado pelo presidente norte-americano Donald Trump, que impôs alíquotas de até 145% sobre produtos chineses em uma tentativa de reduzir o déficit comercial dos EUA e proteger a indústria doméstica.

Embora o governo chinês não tenha feito um anúncio público sobre a medida, a iniciativa representa um golpe significativo à Boeing, que já enfrentava dificuldades em manter sua posição no mercado internacional diante de disputas geopolíticas e da forte concorrência da europeia Airbus, além dos impactos anteriores de problemas técnicos com seus modelos.

A suspensão das entregas de aviões e da compra de peças também envia uma mensagem política clara de que a China está disposta a adotar contramedidas de peso frente às ações unilaterais dos Estados Unidos. Em um setor estratégico como o da aviação civil, que envolve bilhões de dólares e alta tecnologia, o movimento de Pequim reforça a deterioração do clima de cooperação entre as duas maiores economias do mundo.

Especialistas avaliam que a decisão poderá acelerar os esforços da China para impulsionar sua própria indústria aeronáutica, incluindo o desenvolvimento e internacionalização do modelo C919, da estatal Comac, que tem sido apontado como uma tentativa de reduzir a dependência de aeronaves estrangeiras.

A intensificação da guerra comercial entre os EUA e a China, que começou em 2018 e se agravou com a retomada do mandato de Trump em 2025, tem provocado incertezas em diversos setores da economia global. O embate, marcado por sucessivas rodadas de tarifas, restrições tecnológicas e medidas retaliatórias, compromete cadeias produtivas e impacta investimentos bilionários.

Com a escalada das tensões, a relação bilateral entre China e Estados Unidos parece cada vez mais orientada por um confronto estratégico, onde decisões como a suspensão da Boeing deixam de ser apenas comerciais e se tornam símbolos de uma nova configuração da geopolítica global.

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