Brasília recebeu no dia 26 de agosto de 2025 um encontro de peso para as relações comerciais sino-brasileiras. A cidade sediou a “Rodada de Promoção de Cooperação Econômica e Comercial China (Zhengzhou) – Brasil”, que resultou na assinatura de quatro grandes projetos de cooperação entre empresas chinesas e brasileiras, totalizando cerca de 120 bilhões de yuans (R$ 60 bilhões) em novos compromissos comerciais.
Entre os setores contemplados, destaque para a agroindústria: empresas como COFCO International, Zhengzhou Agricultural Development Group e Raimond Group firmaram parcerias voltadas à integração da cadeia produtiva do agronegócio. Já companhias como Henan Zhonghe International Trading Co. e Henan Dingshenghe International Trading Co. fecharam contratos de compra de carne bovina com grupos brasileiros, fortalecendo ainda mais a presença do produto nacional no mercado chinês.
Um dos anúncios mais simbólicos foi o acordo entre o Henan Dingshenghe e a Associação Brasileira de Exportadores de Carne Bovina, que abre caminho para a chamada “Estrada da Carne Bovina do Brasil”, com foco em aumentar a previsibilidade e eficiência da exportação para o gigante asiático. Além disso, a Raimond Group fechou contrato de compra de soja brasileira, reforçando o protagonismo do grão nas trocas bilaterais.
A escolha de Zhengzhou como polo de interlocução não é por acaso. Localizada na província de Henan, a cidade tem se consolidado como um hub de comércio internacional dentro da Iniciativa “Cinturão e Rota” (Belt and Road). Só em 2024, Zhengzhou movimentou o equivalente a R$ 150 bilhões em comércio exterior, sendo aproximadamente R$ 25 bilhões apenas com o Brasil. A cidade aposta em quatro frentes integradas — aérea, terrestre, digital e marítima — para ampliar o alcance de suas empresas e atrair novos investimentos.
Para além dos contratos, o evento serviu como vitrine para anunciar o XVIII Encontro de Empresários China-América Latina, marcado para novembro em Zhengzhou. A expectativa é que empresários brasileiros estejam fortemente representados, abrindo novas frentes de cooperação em áreas como logística, tecnologia e alimentos.
O movimento ganha ainda mais relevância em um momento em que o Brasil busca diversificar mercados e reduzir a dependência do comércio com os Estados Unidos. Já a China reforça seu papel como maior parceiro comercial brasileiro, ampliando a compra de grãos, carnes e minérios, e garantindo previsibilidade para setores essenciais da economia.
O recado deixado em Brasília é claro: a parceria Brasil-China segue se renovando e avançando em novos setores, com Zhengzhou assumindo protagonismo como ponte entre a China e a América Latina.
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