
As exportações de café brasileiro para a China cresceram 30,42% entre janeiro e novembro de 2025, consolidando o país asiático como o décimo maior comprador do grão. De acordo com dados do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), o Brasil embarcou 1.042.980 sacas de 60 kg para o mercado chinês nos primeiros 11 meses deste ano, frente a 799.722 sacas no mesmo período de 2024. O resultado mantém a China entre os dez principais destinos do café brasileiro e reforça o papel do país, principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, como um mercado em expansão para o produto.
O avanço rumo à China ocorre em um cenário de retração do volume total exportado. Até novembro, o Brasil enviou ao exterior 36,86 milhões de sacas, queda de 21% em comparação com as 46,65 milhões de sacas embarcadas no mesmo intervalo do ano passado. Em dólares, porém, a receita aumentou 25,3%, passando de US$ 11,37 milhões para US$ 14,25 milhões, impulsionada por preços internacionais aproximadamente 50% mais altos. Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a redução no volume “era esperada após a safra recorde de 2024 e a menor disponibilidade do produto neste ano”, combinação que ajuda a explicar a correção do ritmo de embarques.
Além do ajuste natural pós-safra recorde, o desempenho foi impactado por fatores externos. Entre agosto e novembro, o café brasileiro foi alvo de uma tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, o que afetou diretamente o principal destino do produto. Nesse período, os embarques para o mercado norte-americano caíram 54,9%, de 2,91 milhões de sacas em 2024 para 1,31 milhão de sacas em 2025. No acumulado de janeiro a novembro, as vendas para os EUA recuaram 32,2%, somando 5,04 milhões de sacas, o equivalente a 13,7% do total exportado no ano. Ferreira também cita as dificuldades de transporte marítimo, associadas à infraestrutura portuária deficiente, como um entrave adicional à fluidez do escoamento.
Embora o comércio com os Estados Unidos comece a se normalizar após o fim da tarifa emergencial, o café instantâneo — que responde por cerca de 10% das exportações brasileiras para aquele mercado — segue sujeito à sobretaxa de 50%. Nesse contexto, o crescimento consistente das vendas para a China ganha relevância estratégica. Ao ampliar sua participação mesmo em um ano de menor oferta e de pressões externas, o mercado chinês se consolida como um importante contrapeso às perdas pontuais em outros destinos, reforçando a importância da diversificação geográfica para a cadeia do café brasileiro.
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