O Brasil e a China anunciaram neste domingo (12) a criação de um fundo conjunto de US$ 1 bilhão destinado a financiar projetos de energia limpa, infraestrutura e inteligência artificial (IA). A iniciativa marca um novo capítulo na cooperação econômica bilateral e reforça a posição dos dois países como protagonistas da transição energética e da inovação tecnológica no cenário global.
Segundo comunicado oficial, o fundo será administrado por um comitê binacional composto por representantes de bancos públicos e instituições financeiras privadas de ambos os países. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Desenvolvimento da China (CDB) terão papel central na gestão dos recursos, com foco em financiar projetos de impacto sustentável e tecnológico na América do Sul, especialmente no território brasileiro.
O fundo prevê aportes iniciais divididos igualmente entre as partes e busca atrair investimentos adicionais de empresas e fundos soberanos, ampliando a capacidade total para até US$ 3 bilhões nos próximos três anos.
Eixos de atuação
O projeto está estruturado em três eixos prioritários:
- Energia limpa e transição verde — apoio a projetos de geração solar, eólica e de biocombustíveis, além de redes inteligentes e armazenamento de energia;
- Infraestrutura sustentável — modernização de portos, ferrovias e corredores logísticos com foco na integração regional e no baixo impacto ambiental;
- Inteligência artificial e inovação — desenvolvimento de centros conjuntos de pesquisa em IA aplicada à agricultura, transporte, saúde e indústria.
De acordo com o Ministério da Fazenda brasileiro, a expectativa é que os primeiros investimentos sejam anunciados ainda no primeiro semestre de 2026, com prioridade para projetos de descarbonização industrial e digitalização da infraestrutura pública.
Um marco na parceria Brasil–China
A criação do fundo ocorre em meio ao fortalecimento das relações bilaterais e à intensificação do comércio e cooperação tecnológica entre os países. A China é o maior parceiro comercial do Brasil há 15 anos consecutivos e tem ampliado seus investimentos em setores estratégicos como energia, mineração, agronegócio e mobilidade elétrica.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o fundo representa “um salto qualitativo na cooperação Brasil–China”, combinando financiamento público e inovação privada. Já o embaixador chinês em Brasília, Zhu Qingqiao, afirmou que a iniciativa “aprofundará a integração econômica e impulsionará o desenvolvimento verde e tecnológico na América Latina”.
Rumo a uma nova etapa de cooperação
Com o lançamento do fundo, Brasil e China consolidam-se como parceiros estratégicos na busca por modelos de crescimento sustentável, alinhados às metas globais de neutralidade de carbono e transformação digital.
A parceria é vista por especialistas como um dos maiores programas bilaterais de investimento verde do Hemisfério Sul, simbolizando não apenas a força da cooperação entre as duas maiores economias emergentes do planeta, mas também a construção de um novo paradigma de desenvolvimento baseado em inovação, sustentabilidade e soberania tecnológica.
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