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Brasil e China avançam em projeto de ferrovia transcontinental ligando Ilhéus (BA) ao Peru

Um antigo sonho de integração sul-americana voltou ao centro das atenções. O governo brasileiro aprovou, em parceria com a China, o início dos estudos técnicos para a construção de uma ferrovia que ligará o porto de Ilhéus (BA), no litoral do Atlântico, ao porto de Chancay, no Peru, banhado pelo Oceano Pacífico. A linha férrea promete atravessar o continente e se tornar um novo corredor logístico entre o Brasil e a Ásia, encurtando prazos e custos de exportação.

O acordo de cooperação foi firmado em julho de 2025, durante reunião bilateral entre representantes dos dois países. Segundo o Ministério dos Transportes, os estudos iniciais vão avaliar o aproveitamento de trechos ferroviários já existentes, embora o traçado completo ainda não esteja definido. A proposta preliminar prevê que a ferrovia atravesse os estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, antes de cruzar a fronteira com o Peru.

No lado peruano, o projeto se conectará ao porto de Chancay, inaugurado em 2024 com investimento chinês e considerado uma das infraestruturas portuárias mais modernas da América do Sul. O terminal integra a Iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative), também conhecida como Nova Rota da Seda, programa global da China que financia obras estratégicas de transporte, energia e comunicação.

De acordo com o governo peruano, a nova rota poderá reduzir o tempo médio de envio de cargas do Brasil para a Ásia de 40 para 28 dias, além de diminuir significativamente os custos logísticos, ao substituir longos trajetos rodoviários e portuários do Sudeste por uma combinação mais eficiente de ferrovias e transporte marítimo.

O secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, classificou o projeto como um “passo estratégico” para o Brasil. “Trata-se de um movimento técnico e diplomático que aproxima continentes e encurta distâncias”, afirmou. Ribeiro lembrou que planos semelhantes já haviam sido estudados entre 2015 e 2016, mas acabaram suspensos por questões políticas e econômicas. Agora, segundo ele, o cenário é mais favorável, com melhor infraestrutura, maior integração logística e apoio de parceiros internacionais.

Embora ainda esteja na fase de estudos, o projeto é visto como um marco na cooperação Brasil–China e um símbolo do fortalecimento da presença chinesa em obras de infraestrutura na América do Sul. Caso avance, a ferrovia poderá transformar a logística de exportação brasileira — especialmente para os setores de agronegócio e mineração — e consolidar um novo eixo de integração continental, ligando o Atlântico ao Pacífico por trilhos e não apenas por intenções.

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