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Assessor internacional da presidência brasileira diz que China oferece mais oportunidades e menos riscos que EUA

A China representa uma opção mais segura para o Brasil hoje, oferecendo maiores oportunidades do que os Estados Unidos, disse Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais e ex-chanceler, em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal brasileiro O Globo.

“É uma questão pragmática. A China hoje oferece ao Brasil mais oportunidades e menos riscos”, disse Amorim. No início do século XX, o Barão do Rio Branco deslocou o eixo econômico da Europa para os Estados Unidos. Hoje, não estamos mudando, mas buscando o equilíbrio.

O assessor especial da presidência destacou que a China tem atualmente uma capacidade de investimento no exterior que Washington não consegue igualar, tornando o país asiático um parceiro estratégico fundamental para o Brasil.

Ele também enfatizou que a relação bilateral é sólida, com grande superávit comercial para o Brasil, em contraste com o déficit que mantém com os Estados Unidos, principalmente quando se considera serviços e propriedade intelectual.

Na entrevista, Amorim demonstrou preocupação com as políticas comerciais do presidente americano Donald Trump, especialmente o chamado “tarifaço”, que ele descreveu como uma ameaça direta ao sistema multilateral de comércio.

“O grande risco nisso tudo é o sistema mutilateral. Na minha opinião, o que os EUA quiseram fazer não foi botar uma tarifa para a China, outra para o Brasil, etc…Isso também, mas acho que eles quiseram forçar negociações bilaterais”, explicou.

Segundo Amorim, a atual ofensiva comercial de Washington busca enfraquecer a Organização Mundial do Comércio (OMC) e forçar negociações bilaterais, o que viola o princípio da chamada cláusula da nação mais favorecida, um princípio fundamental do sistema multilateral de comércio internacional.

Perguntado sobre o risco de uma recessão global, disse que a “situação criou uma tempestade global, os mercados despencaram. E continuam muito instáveis. A Europa está muito preocupadíssima. Até mesmo os EUA podem cair em uma recessão, aliás, o país é o principal ameaçado. É isso que eu temo”. 

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