A Great Wall Motors (GWM) inaugurou na última sexta-feira sua primeira fábrica no continente americano, localizada no Brasil, marcando um passo histórico da montadora chinesa fora de seu país de origem. A unidade, que ocupa uma área de 1,2 milhão de metros quadrados, terá capacidade inicial de produzir 50 mil veículos por ano e funcionará como centro de exportação para toda a América Latina.
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou durante a cerimônia que os investimentos da indústria automotiva se tornaram um dos pontos mais promissores da cooperação entre Brasil e China. “Encorajamos e apoiamos empresas chinesas a se integrarem profundamente com a indústria brasileira, criando benefícios mútuos”, afirmou.
Empregos e tecnologia no Brasil
De acordo com a GWM, a fábrica deve gerar mais de mil empregos diretos e representa o terceiro centro de produção de veículos completos da empresa fora da China — depois da Rússia e da Tailândia. Além disso, a montadora anunciou a criação de seu primeiro Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na América do Sul, instalado em São Paulo. O espaço reunirá inicialmente mais de 60 engenheiros e técnicos, com foco no desenvolvimento e adaptação de veículos às condições brasileiras, incluindo testes específicos para biocombustíveis e eletrificação.
“Esta fábrica simboliza o compromisso da GWM com o Brasil e também o início de uma jornada de futuro compartilhado com nossos parceiros latino-americanos”, afirmou Mu Feng, presidente da montadora.
Investimento de longo prazo
O plano da empresa prevê investimentos de R$ 10 bilhões (cerca de US$ 1,85 bilhão) ao longo de dez anos, alinhando-se às metas do governo brasileiro de modernizar e descarbonizar a indústria automotiva. O anúncio ocorre em um momento em que o país busca acelerar a transição energética no setor de transportes, com estímulo à produção de veículos híbridos e elétricos.
Brasil como vitrine para a América Latina
Para além da geração de empregos e da transferência de tecnologia, a iniciativa reforça o Brasil como porta de entrada da indústria chinesa para toda a região. Assim como a BYD, que já anunciou investimentos robustos em fábricas no país, a GWM coloca o mercado brasileiro no centro de sua estratégia global.
Se por um lado os consumidores brasileiros ganham com mais opções de carros eletrificados e inovadores, por outro, o movimento consolida a parceria estratégica entre Brasília e Pequim na agenda de sustentabilidade. O Brasil, que já é protagonista na produção de energia limpa, passa a ser também um polo de inovação automotiva, conectando interesses chineses e latino-americanos em uma indústria que está no centro da transição verde global.
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