A São João Alimentos, que abastece o mercado nacional com as marcas Empório São João, Pateko, Riviera, Taiyô-Mai e Famil, recebeu uma delegação chinesa que veio ao Brasil para conhecer o processo de beneficiamento de arroz aplicado na indústria brasileira. A visita foi promovida pelo Brazilian Rice, projeto da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), que tem como missão aumentar a competitividade do grão brasileiro no mercado internacional. A delegação chinesa esteve representada por 13 especialistas em qualidade do arroz beneficiado, incluindo executivos da Associação Nacional do Setor de Grãos da China e da Associação da Indústria de Grãos da China, empresários do setor, professores e pesquisadores do setor de grão especialistas em arroz.
A escolha da São João Alimentos, empresa que há quase 60 anos atua no mercado, ocorreu devido à alta qualidade de seu sistema de beneficiamento, aferido sistematicamente por agências certificadoras internacionais. Entre as normas de segurança alimentar cumpridas pela empresa, constam os 212 requisitos exigidos pela certificadora IFS Food (International Featured Standards), que concedeu nota 98,96% à São João Alimentos em 2024, renovando sua autorização para exportar para os mais exigentes mercados internacionais. “Nós ficamos bastante honrados em receber a delegação chinesa aqui no Brasil e representar a indústria brasileira de arroz. Essa visita foi um marco no processo de exportação do nosso arroz para a China . Espero que tenham tido uma boa impressão do que puderam ver. Isso é o que nós produzimos, essa é a forma como o Brasil produz arroz. A grande imensa maioria das indústrias ligadas à Abiarroz tem condições técnica e fitossanitária para oferecer arroz para qualquer parte do mundo”, disse Adalberto Pegorer, sócio-diretor da São João Alimentos. “Podem ter certeza que logo nós iremos à China para tentar acompanhar um pouquinho a evolução tecnológica que a China oferece ao mundo”, garantiu, respondendo ao convite do presidente da delegação.
Além de executivos da São João Alimentos, a cidade que abriga o maior polo de arroz do Estado de São Paulo, tendo recebido o título de Capital do Arroz pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), esteve representada pelo seu prefeito, Diego Henrique Singolani Costa, e por diretores da Guacira Alimentos, empresa sediada na cidade com vasta experiência em exportação de arroz. “A visita da delegação chinesa ao Brasil representou mais um passo importante na abertura do maior mercado consumidor de arroz do mundo para a qualidade do arroz brasileiro”, avalia Mario Eduardo Figueira Pegorer, gerente comercial da Guacira.
Impacto junto aos visitantes – A delegação chinesa, que esteva acompanhada das gestoras do Brazilian Rice e de executivos da Abiarroz, foi recebida pela São João Alimento com um almoço onde todos os presentes puderam conversar longamente sobre o mercado de arroz e as demandas e ofertas dos dois países em termos de produtos e estrutura produtiva. Em seguida, eles percorreram as áreas de produção da empresa, onde puderam conferir máquinas, sistemas e ambientes da produção de arroz, feijão e açúcar.
O caráter técnico da visita deverá contribuir para a abertura de mercado visando à exportação do grão brasileiro para o país asiático. “Hoje estamos dando um importante passo, o início de um entendimento para um acordo fitossanitário”, disse Gustavo Trevisan, diretor de assuntos internacionais da Abiarroz. Ele explica que as primeiras negociações nesse sentido foram em 2021 e que esta foi a primeira visita da delegação chinesa ao Brasil. “Estamos otimistas com esse processo. Conhecendo todo o parque fabril da São João Alimentos, a gente vê que eles ficaram bem satisfeitos. Isso é uma amostra do potencial que o Brasil tem para atender a demanda crescente de arroz na China”, afirmou o executivo da Abiarroz.
Para Carla Carvalho, Gestora do Brazilian Rice na ApexBrasil, a ação atingiu o objetivo de estabelecer um relacionamento entre a delegação chinesa e os exportadores brasileiros. “É um passo necessário para possibilitar futuras negociações comerciais. Eles ficaram bastante impressionados com a tecnologia envolvida no beneficiamento do grão, bem como toda a sanidade do processo”, acredita Carla. “Prova da ótima impressão deixada, foi o convite de que as empresas brasileiras visitem as plantações e indústrias de arroz na China no próximo ano”, destacou Carvalho.
Os visitantes chineses puderam aferir de perto o avançado sistema produtivo brasileiro, que tem levado o Brasil a ofertar grãos da mais alta qualidade ao mercado mundial. “Estamos aqui não só representando a Associação Chinesa. Vieram conosco especialistas chineses tanto do setor de arroz, também de equipamentos e na área de pesquisa e desenvolvimento. E também na área de tecnologia chinesa. Além disso, grandes empresários que são os membros associados”, disse Zhang Yue, vice-presidente da Associação da Indústria de Grãos da China e
presidente da Associação da Indústria de Grãos da China Filial de Arroz, após percorrer toda a área de produção da empresa. “Pude perceber um pouquinho da alta qualidade, por exemplo, em segurança, na limpeza, na administração e também estou, na verdade, um pouco surpreso e até impressionado com a escala industrial apresentada”, afirmou.
Yue demonstrou otimismo quanto à abertura do mercado chinês para o arroz brasileiro, inclusive sobre o acordo fitossanitário, essencial nesse processo. “Esse é um dos objetivos da nossa visita aqui no Brasil. Então, o que nós queremos é que vocês também visitem a China”, destacou, reforçando o convite feito durante a visita. “O Brasil é um país geograficamente bastante distante da China, está bastante mecanizado, está muito desenvolvido tecnologicamente, mas na China está ainda mais desenvolvida tecnologicamente. Então, conhecendo um pouco a China, vocês ver que temos muito a oferecer ao mercado de arroz brasileiro para que o Brasil, no setor de arroz, possa subir de patamar e exportar ainda mais a outros mercados também”, concluiu o presidente da associação chinesa.
Maior consumidor de arroz do mundo, a China tem uma demanda anual do grão 20 vezes maior do que o consumo apurado no Brasil. “Para nós a abertura desse mercado é muito importante, porque se a gente exportar um pouquinho para a China, será muito para nós”, destacou o sócio-diretor da São João Alimentos.
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