A cooperação entre a China e a América Latina e o Caribe (ALC) prevalecerá apesar das ações dos Estados Unidos para miná-la, enfatizou um especialista em relações internacionais.
Em entrevista à Prensa Latina, Xu Shicheng, professor do Instituto da América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que esses laços são baseados em princípios de respeito e benefício mútuos.
“A China e a ALC estão unidas pela sinceridade do apoio e progresso comuns, em vez de cálculos geopolíticos caracterizados por um jogo de soma zero e uma abordagem em que o vencedor leva tudo”, disse ele.
O especialista destacou que os laços entre ambas as partes não são acompanhados de condições nem direcionados contra terceiros, mas respondem às necessidades dos países da América Latina e do Caribe.
“Essa cooperação mutuamente benéfica trouxe benefícios tangíveis para as pessoas”, disse ele.
Xu criticou as ações dos EUA para dificultar os laços China-ALC, o que ele descreveu como interferência hegemônica.
Segundo o pesquisador, essas medidas não conseguirão impedir as trocas entre as duas partes e serão inúteis.
“Trabalhar em direção ao mesmo objetivo e fortalecer a cooperação já é uma tendência irreversível e predominante”, enfatizou.
Sobre as tensões comerciais, Xu disse que as tarifas adicionais impostas pelo governo Trump reduzirão as exportações do gigante asiático para o mercado do norte até certo ponto, mas impulsionarão a diversificação para outros destinos, incluindo países da ALC.
“A China está pronta para enfrentar Trump nesta guerra comercial”, acrescentou o especialista.
O pesquisador também comentou sobre a recente visita do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, ao Panamá e outros países da região.
Ele disse que a retórica de Rubio reflete uma mentalidade da Guerra Fria e preconceitos ideológicos.
Xu enfatizou que as acusações contra a China têm como objetivo semear a discórdia entre Pequim e os países da ALC, bem como interferir nos assuntos internos da China.
Nesse sentido, ele reiterou que a China lamenta profundamente a decisão do Panamá de se retirar do acordo de cooperação do Cinturão e Rota, uma ação pressionada por Washington.
“Esperamos que o Panamá dissipe a interferência externa e tome a decisão certa”, disse o especialista, citando a posição do Ministério das Relações Exteriores do gigante asiático sobre o assunto.
De fato, o Ministério das Relações Exteriores destacou ontem que a cooperação econômica e comercial com a América Latina não busca competição geopolítica nem o estabelecimento de zonas de influência.
O porta-voz Guo Jiakun estava respondendo aos comentários de um funcionário da Corporação Financeira para o Desenvolvimento Internacional dos EUA, que pediu ao governo dos EUA que combata a influência econômica de Pequim na região com um plano liderado por Washington.
O porta-voz enfatizou que a China e a ALC fazem parte do “Sul Global” e compartilham posições semelhantes e interesses complementares, o que os torna parceiros naturais.
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