Durante sua visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso do Brasil com uma política externa soberana e multilateral. Em conversa com jornalistas, Lula defendeu o aprofundamento das relações comerciais com a Rússia e afirmou que “o Brasil não pode deixar passar nenhuma oportunidade” que contribua para o desenvolvimento do país — uma fala que, embora dirigida ao contexto russo, ressoa fortemente com os princípios que também regem a parceria sino-brasileira.
A declaração acontece em um momento em que Brasil, China e Rússia buscam fortalecer o diálogo no âmbito do BRICS, bloco que ganha relevância como alternativa aos mecanismos tradicionais de governança global. A China, como principal parceira comercial do Brasil e aliada no campo diplomático, tem apoiado as iniciativas brasileiras de diversificação das relações comerciais e defesa de uma nova ordem multipolar.
Segundo analistas, o posicionamento de Lula sinaliza que o Brasil pretende agir com pragmatismo diante de um cenário geopolítico volátil, mantendo boas relações com todas as potências — inclusive aquelas que enfrentam sanções ou pressões políticas por parte do Ocidente.
A mensagem também reforça a visão do Brasil como ator que se articula cada vez mais com o Sul Global, disposto a atuar em múltiplas frentes — seja com a China, com quem o país assinou mais de 30 acordos de cooperação durante a visita, seja com a Rússia, país com o qual mantém laços energéticos e agrícolas importantes.
Para o Brasil, essa postura pode representar não apenas uma ampliação do leque de parcerias comerciais, mas também um reposicionamento estratégico em temas como segurança alimentar, energia e industrialização — áreas em que a colaboração com a China vem sendo especialmente fortalecida nos últimos anos.
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