O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma sua agenda internacional esta semana com duas paradas estratégicas: Rússia e China. Entre os dias 8 e 10 de maio, Lula desembarca em Moscou a convite de Vladimir Putin para participar das celebrações dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial — o feriado mais emblemático do calendário russo, marcado por desfiles militares e atos cívicos.
A presença de Lula na chamada “Festa da Vitória” tem peso simbólico e político. A visita acontece num momento delicado da guerra na Ucrânia e foi interpretada como um gesto diplomático de aproximação com o governo russo. O encontro bilateral com Putin está confirmado, e ocorre justamente enquanto a Ucrânia apresenta uma proposta de cessar-fogo temporário, com duração entre 30 e 90 dias.
Logo após a agenda em Moscou, o presidente brasileiro segue para Pequim, onde participará, nos dias 12 e 13 de maio, do IV Fórum China-CELAC, que reúne representantes da China e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. A viagem ocorre em meio a uma escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos, com tarifas bilaterais que ultrapassam os 100%, reacendendo temores sobre uma possível recessão global.
Além do fórum, está prevista uma reunião entre Lula e o presidente Xi Jinping. Será o segundo encontro oficial dos dois líderes no atual mandato de Lula. O primeiro ocorreu em abril de 2023, durante uma visita oficial à China, que foi retribuída por Xi em novembro, durante a Cúpula do G20 no Brasil. Ambos também se reuniram na Cúpula dos BRICS, na África do Sul, no mesmo ano.
A nova rodada de viagens internacionais marca a continuidade da estratégia diplomática de Lula de reposicionar o Brasil como ator relevante no xadrez geopolítico global — reforçando laços com potências emergentes e defendendo uma ordem mundial mais multipolar.
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