China é parceiro preferencial
China é parceiro preferencial
A missão liderada pelo Ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior à China, Fernando Furlan, no início de 2004, simbolizará o aprofundamento das relações comerciais e políticas com o país asiático, pois a China é prioridade para o governo Lula, afirmaram seus representantes durante o seminário “Brasil-China: Uma Parceria Estratégica” no dia 24 de setembro de 2003 no Blue Tree Corporate Plaza Ibirapuera.
“O relacionamento tem tudo para ser mais rico e ir além de trocas comercias para atingir os campos político e o de investimentos”, declarou o representante do Itamaraty Geraldo Miniuci. Em sua apresentação, o diplomata disse que o ministério atua não só no campo de relações governamentais, mas também na promoção comercial, abrindo espaço para ajudar o empresariado brasileiro na China.
As declarações dos representantes do governo vêm num momento em que a política externa brasileira se volta para a aproximação com países em desenvolvimento para demandar maior abertura no comércio internacional, e também num momento em que registra-se uma intensificação do comércio entre o Brasil e a China.
Nos últimos três anos, o comércio com a China disparou e hoje o país asiático é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, perdendo apenas para os Estados Unidos. Só nos primeiros oito meses de 2003 este fluxo atingiu US$ 4,2 bilhões, mais do que os US$ 4,1 bilhões do ano inteiro de 2002. O incremento nas exportações é resultado de busca por novos mercados, que também levou o Brasil a liderar conversas dentro do Mercosul para começar negociações em torno de um acordo de preferências tarifárias entre a China e Bloco Sul-Americano, revelou Aloísio Tupinambá Gomes Neto, assessor especial da Câmara de Comércio Exterior.
Esta aproximação se dá apesar da falta de conhecimento do empresariado brasileiro sobre a China, fato refletido em pesquisa apresentada no seminário e na pauta de exportação, restrita majoritariamente a minério de ferro, pastas químicas e produtos de soja, que deram ao Brasil um superávit de US$ 2,5 bilhões em 2002.
Para Paul Liu, presidente da CBCDE, é preciso aprofundar este relacionamento, quebrar as barreiras culturais, chamar o empresariado a conhecer mais a China e mostrar quais os caminhos para entrar naquele mercado, e este é o papel da Câmara Brasil-China.