
A China intensificou as compras de açúcar no mercado externo em outubro e reforçou o papel do Brasil como principal fornecedor do insumo. Dados da alfândega chinesa mostram que as importações chegaram a 750 mil toneladas no mês, alta de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a outubro, o país asiático já desembarcou 3,9 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 14% na comparação anual.
O avanço ocorre em um cenário de queda das cotações internacionais. Na bolsa de Nova York, os preços do açúcar recuaram recentemente aos menores patamares em cinco anos, movimento que abriu espaço para compras mais agressivas por parte de grandes consumidores. Em relatório, o Itaú BBA avaliou que a desvalorização estimulou “compras oportunistas” não só da China, mas também da Indonésia e de refinarias na Índia, que aproveitaram o momento para recompor estoques a custos mais baixos.
Maior produtor e exportador global de açúcar, o Brasil aparece entre os principais beneficiados pelo apetite chinês. Em setembro, a China já havia sido o principal destino das exportações brasileiras, com 359 mil toneladas embarcadas. Um mês depois, o fluxo ganhou força: em outubro, o Brasil exportou um volume recorde de 4,2 milhões de toneladas para todos os mercados, das quais 619,35 mil toneladas seguiram para o país asiático, mantendo-o na liderança entre os compradores.
Na comparação com outubro do ano anterior, as vendas brasileiras de açúcar para a China cresceram 58%, sinalizando retomada do apetite chinês em um momento de preços mais comportados. Para o agronegócio brasileiro, a combinação de demanda firme com câmbio favorável ajuda a sustentar a receita do setor e contribui para o superávit da balança comercial. Analistas avaliam, porém, que a trajetória futura dependerá da evolução das cotações internacionais e da capacidade dos principais exportadores de ajustar a oferta à nova rodada de compras asiáticas.
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