O Brasil está negociando com a China a criação de uma nova rota interoceânica que uniria os oceanos Pacífico e Atlântico, passando pelo território brasileiro. A informação foi confirmada nesta sexta-feira pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, em entrevista à revista Carta Capital.
Segundo Tebet, o traçado partiria do porto de Chancay, no Peru — considerado estratégico para o escoamento de produtos da América do Sul —, cruzaria o Acre e poderia atravessar estados como o Tocantins até alcançar o litoral da Bahia, conectando-se ao porto de Ilhéus por meio da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). “A ideia é fazer um traçado por baixo, pegando a região do Acre, descendo, podendo passar por Tocantins e chegar até a Bahia”, explicou a ministra.
O projeto, conhecido como Corredor Bioceânico, está em fase de estudos técnicos e, segundo ela, pode levar de cinco a oito anos para entrar em operação. A proposta surge como uma alternativa mais sustentável e eficiente em comparação às rotas rodoviárias e hidroviárias que já estão em desenvolvimento pelos governos do Brasil e do Peru.
Embora a nova ferrovia não inviabilize as rotas atuais, Tebet destaca que o modal ferroviário representa um avanço significativo. “Será algo extraordinário no sentido de desenvolvimento econômico para o interior do Brasil, para as regiões mais pobres. A ferrovia é mais sustentável, mais segura, mais barata”, afirmou.
A ministra deve acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua próxima visita oficial à China, onde os planos para a futura rota interoceânica devem ganhar novos contornos.
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