Apesar das tensões geopolíticas e da pressão exercida pelos Estados Unidos, o Brasil segue adiante em sua cooperação tecnológica com a China. O governo brasileiro decidiu incorporar sistemas de inteligência artificial desenvolvidos pela Huawei, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, em serviços públicos de diversas capitais, reforçando a soberania nacional sobre suas decisões estratégicas e aprofundando a parceria com o país asiático.
A adoção dos sistemas de IA foi confirmada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que planeja utilizar a tecnologia para melhorar a gestão de processos, reduzir filas e otimizar a oferta de serviços em áreas como saúde e transporte urbano. Capitais como Recife, João Pessoa e Curitiba já iniciaram projetos-piloto em parceria com a empresa chinesa.
Segundo fontes ligadas ao governo, a escolha da Huawei se deu por critérios técnicos, com base na robustez das soluções apresentadas e na capacidade de adaptação ao contexto brasileiro. As ferramentas de IA já estão sendo usadas, por exemplo, para organizar agendas de atendimentos médicos em unidades de saúde e gerenciar sistemas de mobilidade urbana de forma mais inteligente.
Geopolítica e autonomia tecnológica
A decisão brasileira contraria os apelos dos Estados Unidos, que vêm pressionando diversos países a restringirem o uso de tecnologias desenvolvidas pela Huawei sob o argumento de riscos à segurança cibernética. O Brasil, no entanto, tem mantido uma postura independente, reforçando que a cooperação tecnológica com a China é estratégica para o desenvolvimento nacional.
Essa não é a primeira vez que o Brasil opta por caminhos distintos dos interesses norte-americanos na área tecnológica. O debate já havia se intensificado durante o processo de escolha dos fornecedores para a infraestrutura 5G. Agora, com a IA, o governo brasileiro sinaliza novamente que priorizará suas necessidades internas e parcerias que promovam transferência de tecnologia e benefícios concretos para a população.
Parceria com a China em expansão
A Huawei está presente no Brasil há mais de duas décadas e é uma das principais fornecedoras de infraestrutura digital no país. Com a expansão do uso da inteligência artificial, a expectativa é que a empresa amplie sua atuação em projetos voltados à digitalização dos serviços públicos e à modernização urbana.
A aposta em tecnologias chinesas ocorre em meio à aproximação diplomática entre Brasil e China. Desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os dois países têm intensificado o diálogo em áreas como transição energética, inovação, saúde e conectividade. A incorporação da IA desenvolvida pela Huawei é mais um exemplo da confiança mútua que tem guiado essa parceria.
Além de ganhos operacionais, o Brasil busca com isso fomentar o desenvolvimento de soluções nacionais baseadas em tecnologias de ponta, em parceria com centros de pesquisa e universidades. O governo também estuda ampliar a cooperação com empresas chinesas para formação de profissionais brasileiros em áreas como ciência de dados, aprendizado de máquina e cibersegurança.
Com essa movimentação, o Brasil se posiciona como um ator autônomo na disputa tecnológica global, abrindo espaço para alianças que fortaleçam sua capacidade de inovação e beneficiem diretamente a sociedade brasileira.
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