O governo chinês criticou as recentes declarações dos Estados Unidos sobre o Canal do Panamá e comentou a decisão do país latino-americano de não renovar seu acordo de cooperação com a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês).
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou nesta quarta-feira (5) que Washington tem distorcido e atacado de forma irresponsável a cooperação entre China e Panamá, e que Pequim fez uma “severa representação diplomática” contra os EUA, segundo reportagem do Global Times.
A declaração ocorre após o presidente panamenho José Raúl Mulino anunciar na segunda-feira (3) que não renovará o memorando de entendimento assinado em 2017 com a China no âmbito da BRI. A decisão foi tomada após uma reunião com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em meio a pressões de Washington para limitar a influência chinesa na região. Além disso, Mulino autorizou a passagem de navios de guerra dos EUA pelo canal, aprofundando a crise diplomática.
A tensão escalou ainda mais quando o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que pretende impedir que a China exerça influência sobre o Canal do Panamá. Em declarações transmitidas por emissoras americanas, Trump disse que os EUA não permitirão que Pequim “se aposse do Canal” e que buscará restaurar o controle da passagem estratégica. Apesar disso, ele descartou uma intervenção militar no local.
Em resposta, Lin Jian defendeu a relação da China com o Panamá, destacando que a cooperação sob a BRI trouxe benefícios concretos para ambas as nações e que os projetos conjuntos seguem em andamento.
“Esperamos que as partes envolvidas mantenham a confiança, resistam a interferências externas e tomem decisões corretas com base nos interesses de longo prazo de seus povos”, declarou o porta-voz chinês.
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