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China envia 24 âncoras de sucção ultraprofundas para projeto no pré-sal brasileiro

A China concluiu neste mês o embarque de 24 âncoras de sucção para águas ultraprofundas destinadas ao Brasil, em mais um capítulo da cooperação sino-brasileira na área de petróleo e gás. Os equipamentos, fabricados integralmente pela China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) em Zhuhai, na província de Guangdong, têm como destino o campo de Mero, um dos principais projetos do pré-sal brasileiro na Bacia de Santos.

Segundo comunicado oficial da CNOOC, as âncoras serão utilizadas na segunda fase do desenvolvimento de Mero, considerado um dos maiores campos em águas ultraprofundas do mundo. Os equipamentos possuem dimensões impressionantes: cada âncora tem 21 metros de altura, 8 metros de diâmetro e pesa em torno de 111 toneladas, totalizando aproximadamente 2.674 toneladas de material embarcado.

Tecnologia de ponta para águas ultraprofundas

As âncoras de sucção funcionam como grandes ventosas que se fixam no leito marinho por meio de pressão negativa, garantindo a estabilidade e segurança de plataformas e equipamentos flutuantes em ambientes offshore. De acordo com Wang Tengfei, gerente do projeto de construção das âncoras para Mero, o local de instalação alcançará profundidades superiores a 2 mil metros, estabelecendo um novo marco para a aplicação desse tipo de equipamento no exterior.

“Trata-se de um dos projetos mais desafiadores já entregues pela indústria chinesa de engenharia offshore, tanto em termos de profundidade de instalação quanto de exigências técnicas”, afirmou Wang.

A base de fabricação em Zhuhai foi responsável por todas as etapas do processo: desde o design, aquisição de materiais, construção e testes até o embarque final. A estrutura das âncoras combina grande diâmetro e paredes finas — com apenas 25 milímetros de espessura —, exigindo soluções avançadas de engenharia para garantir resistência e eficiência operacional.

Brasil e China: parceria no setor energético se expande

O envio dos equipamentos reflete o aprofundamento da cooperação Brasil-China no setor de petróleo e gás, especialmente em projetos ligados ao pré-sal. Nos últimos anos, empresas chinesas têm ampliado sua participação em leilões de blocos, fornecimento de equipamentos e até mesmo em consórcios de exploração em parceria com a Petrobras.

Além do fornecimento de âncoras de sucção, a CNOOC já atua como investidora direta no campo de Mero, reforçando a presença estratégica da China em um dos principais ativos energéticos brasileiros.

A Agência Brasil China apurou que, para as próximas fases de Mero e outros campos da Bacia de Santos, o Brasil deverá continuar importando equipamentos de grande porte fabricados na China, dentro de um modelo de cooperação que combina investimentos, tecnologia e fornecimento de bens de capital.

Sinal de maturidade industrial

O projeto também é visto como um indicativo do amadurecimento da indústria chinesa de equipamentos offshore. De acordo com a CNOOC, a entrega das âncoras para o Brasil consolida as capacidades do país em competir internacionalmente no segmento de engenharia para águas profundas, tradicionalmente dominado por empresas europeias e norte-americanas.

Para o Brasil, especialistas apontam que a chegada dos equipamentos contribui para a otimização da cadeia de produção do pré-sal, reduzindo custos logísticos e fortalecendo a infraestrutura necessária para ampliar a produção de petróleo em áreas ultraprofundas.

A Agência Brasil China seguirá acompanhando os desdobramentos dessa parceria, trazendo atualizações em português e chinês simplificado para seus leitores.

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